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sábado, 20 de outubro de 2012

Luz... Câmera.. e.... OI OI OI!



A novela Avenida Brasil chegou ao fim nessa sexta feira dia 19 de Outubro. Com quebra de recordes de audiência  a novela sem duvida se tornou um dos eventos de cultura mais catárticas que o pais já viu em anos.


Um evento cultural que surpreendeu.
Sem carros nas ruas, silencio absoluto, bares, padarias, mercados e lanchonetes. Famílias se reunindo, amigos, conhecidos; nas rádios, na TV e na internet. Veículos de comunicação de todos os tipos, com visibilidade internacional...

O País parou e fez o mundo parar também para observar o que acontecia por aqui.
Todos direcionados para o final de uma novela, que mesmo que alguém não tenha acompanhado, foi impossível ficar alheio a ela.
Digam o que quiserem, tenham as ressalvas que tiverem, da maneira que tenho as minhas inclusive; mas que definitivamente o dia 19 de Outubro de 2012 ficou marcado na historia desse país, a isso ficou!

Parecia final de copa do mundo. E se para alguns isso mostra a bitolação brasileira, eu vejo como um ganho excepcional. Onde o país parou para celebrar e reconhecer mesmo com todas as idiocrasias em volta e acerca de; o talento e capacidade do próprio mercado, a produção e bens nacionais que temos a oferecer. O que prova que qualidade e interesse há, só falta a motivação e a crença.
Eu como cinéfilo, não pude deixar de ter aquela pontinha de esperança em ver essa massa toda em prol do nosso país. Foi bonito de ver, temos que admitir.

Mas antes desse grande evento que tomou conta do país; a equipe do site Ovo de Fantasma reuniu  uma lista com grandes cineastas, uma análise sobre como eles fariam o TCHAU TCHAU TCHAU ao OI OI OI da novela.
Nomes como Almodôvar, Michael Bay, Lars Von Trier e Aronofsky surgem, em versões interessantes e cômicas.


Todo o texto abaixo se encontra originalmente publicado e de autoria da redação do blog Ovo de Fantasma, ao qual sigo como blogueiro. Apenas coloquei o texto aqui para os leitores do "Criticofilia" que por ventura preferem o design do BlogSpot. Os nomes presentes ao final de cada versão correndem a seus autores que fazem parte da redação do blog em questão.
Para conferir o texto original no site do Ovo basta acessar >> Clique Aqui


Como cineastas famosos fariam o final de “Avenida Brasil”?



Versão de Pedro Almodôvar


Jorginho matou Max. Descobrimos que ele na verdade nasceu mulher e sempre conviveu com essa enorme crise de identidade, forçada por todos. No final congela nele, saindo do Divino e do Armário, rumo à felicidade. – Virgílio Souza e Daniel Corrêa

Versão de Michael Bay


Carminha arromba o portão de um quartel militar com seu carro. Lá dentro, rouba uma série de armas de guerra e explosivos. Ela pretende explodir o lixão, com Nina e todos os outros personagens dentro. Nina a espera no lixão dentro de um tanque de guerra. Os jogadores de futebol convertem-se em soldados, como forma de honrar o Divino F.C e vingar a traição imposta a Tufão. Carminha atira o carro cheio de explosivos em direção ao tanque de Nina e pula pela porta do carro a máxima velocidade em câmera lenta. Antes que a explosão ocorra, porém, o monte de lixo se retorce e transforma-se num grande monstro de lixo, semelhante a um Megazord: “Vocês nunca deviam ter me incomodado”, ele diz. “Eu matei Max!”. Todos choram copiosamente. O monstro voa sobre Nina e Carminha e atira mísseis em direção a elas, aniquilando todos. Por fim diz: “Esse lugar precisa pertencer a quem realmente o merece”. O monstro finca uma bandeira americana no solo e desfaz-se novamente num monte de lixo. Close da bandeira americana flamulando. – Pedro Freitas

Versão de Lars Von Trier


Nina se converte em freira da igreja Anglicana. Ela desiste de sua vingança contra Carminha, a procura e a perdoa. Tenta fundar uma nova ordem de caridade no Lixão, com o apoio das crianças. Uma a uma, porém, as crianças vão assumindo comportamentos estranhos. Numa noite, Santiago aparece com uma faca enfiada na garganta. A morte de Max se relaciona intimamente com esses acontecimentos. Nina vai lentamente sendo escravizada pelas crianças, apesar de achar que as serve por espontânea vontade. Leleco diz para as crianças que Nina é a reencarnação de uma bruxa da Idade Média. A gota d’agua para Nina é quando as crianças extendem uma faixa “Carminha Forever” na entrada do lixão. Desesperada, ela corre e se joga nos escombros, sendo em seguida atropelada pelo caminhão de lixo. – Pedro Freitas

Versão de Wes Anderson

Leleco descobre que tem câncer e tenta reconquistar toda a família. Tufão, cego de amor por sua irmã, tenta se matar. Suellen tem gêmeos, os pais são diferentes. Dadson vira hare-krishna. Agatha vira um porquinho da índia em stop-motion. Carminha e Nina se encontram em um quarto em Paris para resolver tudo e acabam se apaixonando. Jorginho resolve cometer crimes e é preso. – Matheus Weyh

Versão de Ingmar Bergman

Silêncio e sofrimento. Acompanhamos o cavaleiro ingênuo Adauto, na sua busca pelo sentido da vida, até o lixão. Lá ele vê uma figura nefasta indo rumo ao horizonte, acompanhada por Carminha, Nina (que depois de tanto discutirem, agora até se parecem fisicamente), Tufão e Família. Essa figura havia matado Max, após vencê-lo numa partida de xadrex. – Daniel Correa

Versão de Darren Aronofsky

Carminha começa a alucinar que Nina está em todos os lugares. Em uma busca frenética e intensa pela casa, mata Max achando ser a inimiga. No final, todos confrontam Carminha: Nina nunca existiu, sempre foi uma alucinação constante de Carminha, inconscientemente traumatizada pelo incidente do lixão. Carminha mata todos com tesouradas e depois se mata. Uma Nina real chega – ela convenceu o pessoal a mentir para enlouquecer Carminha de vez – e tem pedaço de sua mente fragmentado pela visão de todos mortos. Começa a achar também que é alucinação da mente de Carminha, aos poucos se tornando a mente de Carminha, aos poucos se tornando Carminha. “Ninaminha” se dirige ao lixão, e a história se repete. – Fernando de Lucca

Versão de Sofia Coppola

Téssalia decide fazer faculdade de filosofia e fazer bicos como fotógrafa e DJ. Ao som de Oi Oi Oi (Phoenix Remix), personagens rondam o Divino, sem direção. Nina e Carminha desistem de sua disputa, e se entregam à reconciliação, olhando entediadas para o horizonte enquanto relembram impassíveis os eventos de suas vidas. Descobrimos que Max morreu vitimado pelo peso de seu próprio conflito existencial. – Ana Clara Matta

Versão de Daniel Filho

Nina e Carminha trocam de corpo. Entendem os problemas uma da outra e fazem as pazes. Tudo acaba tranquilo. – Daniel Corrêa

Versão de Cronenberg

Foi Nina quem matou Max. E tal fato acarreta nela um súbito ímpeto assassino que a faz sentir que a sua vingança só será plena se ela própria matar os seus algozes. Primeiro, Nina utiliza um caminhão de lixo para matar Santiago onde, após tê-lo feito desmaiar com um golpe na cabeça, o joga dentro da carroceria e o seu corpo é triturado pelo compactador de lixo. Já Carminha recebe um telegrama anônimo dizendo pra ir ao Lixão caso queira ter informações sobre o assassino de Max. E ao chegar no local é atacada por Nina que a agride fisicamente e a afoga no chorume do Lixão. Ainda mais transloucada, Nina explode o Divino com os gases emitidos pelo Lixão. Percebendo que matou Jorginho, amor da sua vida e que se encontrava no bairro destruído, Nina se desespera e se dirige para o meio do Lixão onde permite ser comida por urubus.

A novela acaba e entra um fundo preto com a música OI OI OI tocando de trás pra frente. Em sequência, a cabeça dos telespectadores explode. – Rodrigo Laurentino



Versão de Woody Allen

Nina tem uma epifania; ela conclui que o universo está constantemente pregando peças em todos nós, e que o capítulo com Carminha foi apenas um de vários “de uma outra avenida, uma maior, chamada ‘vida’”. Percebe que a vingança não tem mais sentido, e no fim, decide escrever uma peça sobre sua história. Cadinho, não satisfeito com três mulheres, se declara para Carminha, dizendo algo do tipo “It’s always been you”. A eterna punição de Carminha é cair no papel coadjuvante de um quadrilátero amoroso que ninguém sabe exatamente por que veio. No fim, Carminha escreve um roteiro sobre sua história. Tufão declara seu amor pelo Rio e decide escrever um livro sobre sua história. Na última cena, a festa de lançamento das três obras de arte acontece na Avenida Brasil, e cada um explica para o outro exatamente o que aprendeu com a história que acompanhamos. – Fernando de Lucca

Versão de Rob Marshall

Max, em um número musical chamado “Fácil fingir, difícil é quando acontece”, conta postumamente o que realmente aconteceu com ele, em um palco com um leve foco de luz sobre ele. Carminha e Nina finalmente se confrontam: tudo é posto à mesa, é a cartada final, o baralho está pronto. Em um número em um salão de pôquer burlesco, as duas realizam uma performance apoteótica chic-decadente chamada “Corta a vagabunda”, viradas em direção à câmera como se fosse um palco, sendo que aquilo é uma novela e não tem ninguém realmente assistindo lá na hora. Os coadjuvantes fazem coro e aos poucos se unem a Nina, finalmente destruindo Carminha com o poder daquela música. Nina e uma Carminha derrotada cantam juntas o grand finale, Carminha jogada no lixão e Nina em um palco de tesouras e mechas de cabelo louros. Vale lembrar que as duas estão sempre de cinta-liga. – Fernando de Lucca

Versão de David Lynch

Flashback para a noite em que Genésio morreu: ele vagueia pelas ruas chuvosas e passa por uma cortina vermelha para uma sala escura onde um anão misterioso lhe entrega um machado; Genésio vê em meio à escuridão Max de costas, então o golpeia com o machado e corre para longe, voltando para a rua chuvosa. No presente, Carminha é presa pelo assassinato de Max e vai para a cadeia. Lá, ela se contorce e acorda no corpo da pequena Rita, no lixão. Em uma sala misteriosa, estão a pequena Rita, outros personagens e o anão, que finge atirar com o dedo na cabeça de Tufão. Vemos Santiago fugindo dirigindo em alta velocidade por uma estrada escura quando sua cabeça explode e o carro atropela Genésio! – Rodrigo Campos

Versão de Peter Greenaway

Descobrimos que ninguém matou Max, ele cometeu uma forma extravagante de suicídio. No entanto, Santiago é preso e, no chuveiro da prisão, os outros presos fazem um ritual forçando-o a se enforcar por ter estragado uma boa garrafa de uísque quando matou Nilo. Nina leva Carminha ao lixão onde comenta como 79% dos abandonos de crianças nos últimos 27 anos, 11 meses e 16 dias aumentou em 41,19% anualmente, ou algo assim. Ela menciona que os grupos de reciclagem (vidro, metal, plástico e papel) são representados respectivamente pelas cores cinza, amarelo, vermelho e azul e encontra algum padrão nisso tudo. Então, Nina joga tripas de peixes em Carminha, que é devorada por gaivotas assassinas. Nina então anda pelo lixão infinitamente. – Rodrigo Campos

Versão de John Hughes

Descobrimos que Max foi morto por um erro infeliz – uma criança, interpretada por Macauley Culkin, confundiu seu machado de brinquedo com um machado real em uma daquelas longas armadilhas, que lançou a arma em cima de Max quando ele pisou em determinado local. Um grande baile é organizado, e Monalisa deve escolher entre seus dois homens durante a dança, com um vestido feito de elementos do lixão. Cadinho reconquista tudo que perdeu, inclusive suas três mulheres, quebra a quarta parede durante o banho e diz para a câmera: “o fim”. – Ana Clara Matta

Versão de Buñuel

Após a morte de Max, cujo mistério não será solucionado e Nilo, os personagens da novela ficam presos no Divino (não conseguem sair e quem está fora não conseguem entrar). Dá-se subitamente em Santiago um desejo de matar Nina e as pessoas próximas a ela por acreditar que só assim conseguirá sair no bairro. Ele consegue matar todos, menos a Nina. Mesmo assim, consegue sair do Divino, junto com Carminha, embora o único lugar para o qual ele consegue ir é a mansão de Tufão. Nina percebe também que consegue sair do Divino e chegar na mansão. Ao chegar lá é morta por Carminha que joga, sem querer, um balde de água fervente nela. Os moradores do Lixão ficam sabendo do acontecimento e decidem se vingar de Nina, que se torna uma mártir. Ao chegarem na mansão, matam Santiago e Carminha com as próprias mãos e para comemorar a vingança decidem realizar um grande banquete no local, mas, por algum motivo, não conseguem fazer. De mártir, Nina se torna um mito. E de mito, é alçada a santa da Igreja Católica, protetora dos moradores dos lixões.

A novela acaba e os telespectadores não conseguem sair das suas casas. – Rodrigo Laurentino

Versão de Paul Thomas Anderson

Tufão compra o lixão e descobre petróleo lá. Os catadores ficam ao lado de Carminha, que volta à sua pose de santinha. Tufão ensina seu lado empreendedor e sem emoções (pelo menos em expressões faciais) ao seu filho, Jorginho. Auge do capítulo é a misteriosa chuva de esposas do Cadinho. – Daniel Corrêa

Versão de Malick

A Globo adia a exibição do capítulo final em três semanas. Finalmente exibido, o episódio traz narração em voice-over de Carminha e Nina, alternando entre a (des)graça e a natureza (morta). Nilo aparece ao lado de Clarinha, sua filha, numa praia. Murilo Benício reclama por ter ficado fora do corte final. O assassino de Max nunca é revelado, mas especula-se: foi o acaso?, foi o divino?, ou foi o Santiago, mesmo? – Virgílio Souza



Versão de Spielberg

Descobrimos que Carminha era um alien, ela volta para seu planeta e tudo fica bem no Divino. – Matheus Weyh

Versão da Disney

Todos vivem felizes para sempre…
…mas antes que isso aconteça, a bela Rita resolve revelar sua verdadeira identidade. Ela diz a Jorginho que é a princesa perdida entre o real e o imaginário. Convoca todos os bichinhos amiguinhos para limpar todos os lugares do lixão. Aos poucos tudo fica brilhando, e os rastros do verdadeiro vilão vão aparecendo. Por trás da negra cortina, sentado em meio aos seus bonecos quebrados lá está o bruxo Santiago, velho, com nariz pontudo e olhos frios. Mas de repente surge Tufão e destrói Santiago. No chão,quase sem vida, Carminha se sente livre do feitiço que a transformava em vilã. Um número musical no lixão transformado encerra a novela, com todos abraçados, entoando Gangnam Style. – Simone Moraes

Versão de Scorsese

Santiago manda seus comparsas matarem Carminha, que descobriu que ele matou Max, mas Nina o encontra e atira em sua cabeça. Carminha, que não é boba nem nada, deixa a polícia esperando pelos bandidos, iniciando um tiroteio do qual ela escapa. Ela vai até Tufão, por alguma razão, para matá-lo. Ela o faz e foge com milhões roubados de diversas pessoas. Ela está aproveitando sua fortuna, com a narração em primeira pessoa dizendo como ela é esperta quando Nina surge sorrateiramente e a espanca incessantemente com um taco de baseball e a coloca viva em um moedor de lixo no lixão. Escutamos “Gimme Shelter”, dos Rolling Stones, enquanto Nina se afasta cheia de estilo. – Rodrigo Campos

Versão de Haneke

Carminha assume os cuidados das crianças do lixão, quando estranhos sacrifícios animais começam a acontecer – urubus mortos são deixados em sua porta, com o mesmo corte de machado que vitimou Max. Estaria Nina por trás disso? Não. Nina desparece… justamente a tempo de Jorginho se apaixonar por uma forasteira nova do Divino… uma tal de Ana Laurente. – Ana Clara Matta

Versão de Tarkovsky

Passam-se muitos anos no Divino, um tempo indefinido. Nina se olha no espelho, e relembra as crianças brincando no lixão. – E Carminha, quem era? Uma outra face de Nina, menos afetada pelos preceitos da Moral, livre de seus laços familiares? A imagem de Carminha permanece no espelho, enquanto Nina sai e caminha por entre os escombros. Não há mais lixo alí, apenas um grande deserto. Tempo de desolação. O mistério resolve-se na mente humana: “Max não foi morto, mas tragado pelo tempo”, pensa Nina ajoelhando-se sobre a terra. “Valeu a pena defender a família pela vingança”. E dizendo isso, acende uma vela para seu pai, no local de sua morte. Em seguida, planta uma árvore no mesmo lugar, saindo de quadro. A semente germina e cresce. – Pedro Freitas



Versão de Tarantino

Carminha e Lúcio tentam assaltar uma lanchonete carioca, mas são impedidos por Nina, que compra um macacão amarelo e recita passagens bíblicas antes de matar Carminha em um duelo de espadas. Mãe Lucinda resolve se vingar de Santiago arrancando o seu escalpo. A novela termina com Jorginho, Tufão e Leleco discutindo a letra de Oi Oi Oi em um café no Divino. – Nina Rocha

Versão de Robert Rodriguez

É a versão do Tarantino, só que mal escrita e dirigida e disfarçada de trash. – Daniel Corrêa

Versão de George Lucas

Ele resolveu reeditar e colocar em 3D. Não ficou pronta à tempo. – Daniel Corrêa




Novamente salientando. O texto não é de minha autoria, o texto se encontra e foi retirado do site Ovo de Fantasma, publicado originalmente dia 18 de Outubro de 2012, por Daniel Correa.*

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