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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Critica - In A Better World (Em Um Mundo Melhor)



Com direção de Suzane Bier, esse filme Dinamarquês -  vencedor como Melhor Filme estrangeiro no Oscar 2011, e  vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria do mesmo ano - é um retrato Tenso, denso e extremamente perturbador de uma realidade próxima e ainda sem soluções.

Com um roteiro muito bem conduzido pela própria Susanne Bier em parceria com Anders Thomas Jensen,  In A Better World (Em Um Mundo Melhor), traça um panorama extenso sobre o Certo versus Errado. Violência
 Versus Luta.
A sinopse é simples:

"Anton (Mikael Persbrandt) é um médico que trabalha em um campo de refugiados em um lugar qualquer da África. Na Dinamarca, seu país natal, estão sua mulher Marianne (Trine Dyrholm) e seus dois filhos, Elias (Markus Rygaard) e Morten (Toke Lars Bjarke). Paralelamente, acompanhamos a história do garoto Christian (William Jøhnk Nielsen) que emigra para a Dinamarca, ao lado de seu pai Claus (Ulrich Thomsem) logo após a morte da mãe. Dois mundos distintos que irão se cruzar."

Mas a narrativa não. Ela é complexa e pesada.
A vida dessas duas famílias se entrelaça numa serie de atos e momentos que culminam e uma constante provocação nos espectadores sobre o que faríamos em tal situação.
Em dado momento um dos personagens surge com a seguinte fala:

“Pra que brigar? Bater não nos leva a nada. Que mundo seria esse se para viver tivéssemos que viver lutando e brigando?”

Na cena seguinte esse mesmo personagem, tenta resolver algo com diálogos e é agredido na frente dos próprios filhos. Tenta mais uma vez dialogar e é humilhado novamente.

Ate onde a violência (briga por defesa) é valida? Ou não é nem questão de ser cogitada? Essas são as reflexões que o filme propõe e se realiza ao conseguir passar e instigar tal reflexão de maneira funcional.
Isso demonstra uma estrutura de narrativa extrema, ao nos conduzir a um clímax extremamente questionador.

O filme tem atuações memoráveis, que conferem a produção uma realidade crua.
Sua trilha sonora imprime a exata densidade que a película exige, é melodramática, totalmente orquestral e com passagens que chegam a nausear a quem ouve.

Mas o grande trunfo esta justamente no roteiro mesmo. Diálogos pesados, um enredo interessante e bem escrito puxado e personagens tão complexamente reais e humanos que chega a incomodar as semelhanças que podemos ter com cada um deles.

Aqui o que é revelado quase como uma tese, é a violência em todas as suas escalas, mas mais que isso. Ate que ponto a falta de dialogo, de comunicação entre os seres humanos pode silenciar o mundo para sempre e de maneira devastadora.
Não importa onde seja essa falta de dialogo, essas escolhas, essa violência  Seja dentro de casa, na escola, no trabalho ou ate mesmo numa guerra civil africana.
Muito se acha, muito se pensa, muito se percebe, mas quanto disso realmente se sabe, se diz?

Um grande filme, que pode a um primeiro momento não oferecer nada, mas que vai fundo no nosso maior medo e necessidade: a força. A luta.

Mas um aviso: é Perturbador.



Ficha Técnica

Diretor: Susanne Bier
Elenco: Mikael Persbrandt, William Jøhnk Nielsen, Markus Rygaard, Trine Dyrholm, Wil Johnson, Eddie Kimani, Emily Mglaya, Gabriel Muli, Ulrich Thomsen
Produção: Sisse Graum Jørgensen
Roteiro: Susanne Bier, Anders Thomas Jensen
Fotografia: Morten Søborg
Trilha Sonora: Johan Söderqvist
Duração: 118 min.
Ano: 2010
País: Suécia/ Dinamarca
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos









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