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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Critica- A Saga Crepúsculo - Amanhecer: Parte 2


Com direção de Bill Condon, A Saga Crepúsculo – Amanhecer – Parte 2, chega ao fim, num filme hibrido divertido e quase que redentor de sua própria limitação.

Não é novidade que a Crepúsculo trouxe a tona um ode de questionamento acerca dos filmes de entretenimento e blockbuster no mundo todo. Detentores de bilhões em bilheteria e cultuados por jovens e adultos, a saga vampiresca, demonstrou que não é preciso habilidade ou talento para se conseguir uma posição relevante na indústria. Aliados a um marketing forte e um clã de seguidores e fãs da obra literária que originou a saga, os filmes dessa franquia demonstrou uma quase nula habilidade técnica, mas uma exemplar de divulgação.

O filme inicia-se do ponto em que parou na Parte 1. Bella finalmente acorda, transformada em vampira depois de quase morrer ao dar a luz a sua filha hibrida Renesmme. Mas o que parecia ser o conto de fadas – não pude evitar o comentário – perfeito; se torna um verdadeiro pesadelo, quando Irina, uma antiga inimiga dos Cullen e de Bella, avista Renesmee de longe, e tomada pelo desejo de vingança, acusa a existência da menina aos Volturi – clã de vampiros governantes -. Por considerarem Renesmee uma ameaça, uma vez que julgam se tratar de uma criança imortal, transformada em vampira pelos Cullen, os Volturi partem rumo a Forks, cidade em que vivem os Cullen, prontos para darem o devido castigo a família e a criança; a sentença? – A Morte definitiva.
Mas o que os Volturi não sabem é que Renesmme é meio vampira e meio humana, já que foi concebida de forma “natural”. Agora, Bella, Edward, Jacob e os Cullem, partem numa corrida contra o tempo, para conseguir testemunhas suficientes entre os Vampiros, para provar aos Volturi que Renesmee não é uma ameaça, e assim garantirem a proteção de sua Família Imortal.

Com essa premissa, o filme parte numa narrativa mais eficaz do que os outros títulos anteriores. A estrutura do roteiro ganha pela primeira vez, um enredo funcional, com 3 atos bem definidos e ate mesmo diálogos interessantes. A principal mudança acontece justamente, pelo fato de que pela primeira vez o filme se assume tal qual é: entretenimento.

Isso é notado na escolha de imprimir doses cômicas e despretensiosas às cenas.
Como em  passagens cômicas como a adaptação de Bella a sua nova força de recém criada, ou como sua ira ao descobrir sobre o Imprinting  de Jacob com sua filha. Ou mesmo os Vampiros distantes e seus poderes e humor ácidos.

Toda a falta de técnica e as atuações lastimáveis do elenco central- com exceção mínima de Taylor e seu Jacob – são eclipsados, pela forma que o diretor escolheu enxergar seu produto final. Se antes o maior problema era a pretensão de cada titulo ser um filme relevante, grande, “épico”, quando na realidade não passavam de decupagens mal feitas, planos desinteressantes, atuações medianas, e um roteiro falho, repleto de oscilações e incoerências. Aqui em Amanhecer parte 2, tudo se releva justamente pela compreensão de elenco e direção de saberem o que são e tem, e qual o objetivo final na obra. Dar o que o publico espera. E conseguem.

Contando com uma fotografia mais saturada e delimitada, e uma paleta de cores condizente com a nova realidade de Bella, ao vermos planos mais amplos, ou pequenos detalhes, em cores vivas e sequências mais ágeis; o filme reforça sua maior força: sua trilha sonora. Canções belas de ídolos pop atuais embalam os momentos certos em cada cena.

Se o trabalho de maquiagem impressionou na parte 1 ao tornar Bella numa escultura cadavérica, definhando de dentro para fora, aqui na parte dois, as falhas são visíveis.
Bella é uma morta-viva. Uma mutante sem circulação sanguínea. Sem sangue quente. Mas ainda assim, é possível notar sua face rosada a todo instante. Um deslize.

Deslize que se torna uma falha terrível ao incluírem uma mescla de maquiagem e efeitos visuais falhos ao conceber uma bizarra projeção do rosto de Renesmee quando mais nova. Uma computação gráfica mal feita, mesclando as feições de Bella e Edward. 
Não soa natural.

É importante destacar a atuação da Kristen aqui e de Pattison. Kristen continua demonstrando um acanhamento para interpretar frustrante, mas pela primeira vez, parece que ela aceitou também seu personagem. Ela demonstra uma atuação leve. Como se estivesse se divertindo no papel, e isso é bom. O mesmo se pode dizer de Pattison, que seja proposital ou não, deixa de lado as expressões controladas e fechadas de antes e assume um tom mais natural, tornando seu personagem ao menos coerente, uma vez que a desculpa para suas feições sem trejeitos serem devido a seu auto controle ao estar perto do "cheiro" de Bella. Uma vez que ela agora é vampira o controle some.

Mas se há algo que se deve aplaudir em Amanhecer Parte 2; é primeiro o seu salto narrativo que conceberam exclusivamente ao filme, ao incluírem uma batalha bem executada, sangrenta, visceral e catártica, próximo ao clímax da projeção. Uma inspiração interessante que quase concede ao filme uma esperança de que finalmente aprenderam algo. Mas a esperança fica no quase, ao errarem novamente e voltarem a historia original, destruindo completamente a beleza, inclusive técnica de tal momento. 
Uma pena.

E segundo e não menos importante é a atuação de Michael Sheen e seu Vilão Líder dos Volturi, Aro. Doando ao personagem uma personalidade cômica, próxima à loucura psicopata, Aro se transforma num vilão simpaticamente assustador e assim o personagem mais interessante de todos os cinco filmes lançados ate então. Suas expressões, seus trejeitos, sua fala controlada e sibilada; uma atuação realmente boa.

Ao fim, Amanhecer Parte 2 volta às mesmas limitações de seu inicio, remontando um romance vazio, sem sentido e totalmente anacrônico a realidade ou mesmo a ficção.

Mas se há um trunfo nisso tudo é o nome acertado de seus títulos, se tal qual a alusão ao nosso satélite natural em suas repletas fases, a Saga Vampiresca, nos mostrou uma fase aluada em tela, anacrônica a suas próprias inspirações. Tornando-se um absoluto Crepúsculo do inicio de nosso século cinematográfico.

No mais, Amanhecer Parte 2 é bom. Divertido, com momentos interessantes e ate certo brilho ao sol que contempla seu amanhecer.

Mas não, não “para sempre”. E isso é excelente.



Trailer:



 Ficha Técnica:

Diretor: Bill Condon
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Dakota Fanning, Anna Kendrick, Taylor Lautner, Ashley Greene, Michael Sheen, Maggie Grace, Kellan Lutz, Nikki Reed, Jackson Rathbone, Peter Facinelli, Jamie Campbell Bower, Mackenzie Foy, Billy Burke, Elizabeth Reaser, Christopher Heyerdahl, Lee Pace, MyAnna Buring, Joe Anderson, Cameron Bright, Booboo Stewart, Angela Sarafyan, Noel Fisher, Ty Olsson, Alex Meraz, Rami Malek, Christian Camargo, Julia Jones, Mía Maestro, Charlie Bewley, Daniel Cudmore, Lateef Crowder, Tinsel Korey, JD Pardo, Chaske Spencer, Kiowa Gordon, Judith Shekoni, Casey LaBow, Bronson Pelletier, Omar Metwally, Andrea Gabriel, Toni Trucks, Tracey Heggins, Lisa Howard, Guri Weinberg, Marisa Quinn, Marlane Barnes, Valorie Curry, Erik Odom, Janelle Froehlich, Patrick Brennan, Bill Tangradi, Tony Bentley, Amadou Ly, Tammi Arender, Masami Kosaka, John Edward Lee, Salomon Passariello, Vivian Fleming-Alvarez, Christine Craft Regusa
Produção: Wyck Godfrey, Stephenie Meyer, Karen Rosenfelt
Roteiro: Melissa Rosenberg
Fotografia: Guillermo Navarro
Trilha Sonora: Carter Burwell
Duração: 117 min.
Ano: 2012
País: EUA
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos







1 comentários:

É interessante ver Michael Sheen em um papel diferente para a série que eu estou vendo. Ao longo das quatro temporadas da série Master of Sex, você pode ver a maturidade e solidificação da série, incluindo atores que foram desenvolvidos junto com os personagens, o elenco inclui Lizzy Caplan, Michael Sheen, Caitlin Fitzgerald, Teddy Sears etc. encarregado do roteiro é Michelle Ashford, diretor John Madden, que estava encarregado de Shakespeare no amor e, claro, o argumento do livro de Thomas Maier, para mim, a série é o melhor, o assunto pode ser complicado, no entanto, é muito bem gerido, Dr. William Masters e Virginia Johnson, dois pioneiros na pesquisa da sexualidade.

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