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domingo, 13 de janeiro de 2013

Os (Des)Oscarizados de 2013


Com a proximidade do Oscar 2013 e com o eminente acontecimento do Globo de Ouro, o assunto Cinema se mantém em alta em todos os cantos do mundo. Você goste ou não do Oscar é fato que ele move tudo ao redor quando entra em seu período de realização, e para qualquer cinéfilo é impossível e inaceitável ficar alheio a ele.
Todos os anos, A Academia, assim como qualquer premiação que vise premiar a indústria e não necessariamente o cinema arte em si, comete gafes e erros, deixando de fora filmes mais competentes na lista de indicados e colocando outros de aparência duvidosa.
Este ano, todos que entraram na disputa parecem ter seus méritos comprovados, mas a lista de ignorados e injustiçados é tamanha, que o Criticofilia, montou um lista com alguns dos ignorados e que mereciam por competência figurar nesse 85° edição do Oscar 2013.

Batman – O Cavaleiro das Trevas ressurge

Ultima parte da trilogia iniciada por Christopher Nolan para o Herói, que ao longo de 3 filmes recebeu criticas entusiastas de critica e publico, colocando os filmes de super herói num nível jamais visto. Após a inserção de Nolan no Batman, todos os outros filmes de super herói começaram a adotar uma linguagem mais realista para suas tramas, trazendo os quadrinhos fantasiosos cada vez mais a nossa realidade, com mais seriedade nas produções.
Mesmo que O Cavaleiro Das trevas Ressurge, tenha deixado a desejar um pouco se comparado com seus dois antecessores- principalmente ao épico impecável o Cavaleiro das trevas e seu coringa de Heath Ledger- , o filme era apontado como provável escolha nas categorias técnicas como Mixagem de som, efeitos visuais, fotografia, figurino, e ate mesmo melhor Filme.

Devemos lembrar que em 2009, a Academia foi largamente criticada, por ter ignorado O Cavaleiro das trevas nas principais categorias, fato que ocasionou uma mudança surpreendente no numero de indicados a melhor filme no ano seguinte. Visto por muitos, o principal reflexo dessa falha. Uma maneira da Academia se retratar.
Parece que dessa vez a Academia resolveu comprar a briga e ignorou mais uma vez o filme.
Mas de todas as categorias ao qual foi ignorado, a única que realmente merecia ao menos ser lembrado, era na categoria de Melhor Trilha Sonora para Hans Zimer. Que fez um excepcional trabalho.

O Hobbit – Uma Jornada Inesperada

Parece que a Academia cansou de ceder suas estimadas estatuetas a Peter Jackson.
Depois de levar a maioria dos prêmios e nomeações por 3 Oscar’s consecutivos com sua trilogia Senhor Dos Anéis, Peter Jackson dessa vez foi ignorado sem cerimônia pela premiação.
Não para menos, uma vez que o filme foi uma decepção de desenvolvimento. Mas isso nunca impediu a premiação de forma alguma.
Mas Peter tem nome e por isso ao menos conseguiu garantir uma vaga nas categorias técnicas – merecidas – como melhor maquiagem, efeitos visuais e direção de arte. (devendo vencer nesta ultima)

É difícil conferir a lista de indicados a melhor edição de som, mixagem de som, fotografia e figurino e não conseguir encontra o nome de Os Vingadores ali.
O filme conseguiu apenas indicação para melhor Efeitos Visuais – também merecido-, mas foi ignorado do restante. O filme esta longe de estar num patamar serio tal qual a franquia Batman por exemplo, mas longe de ser um filme ruim igualmente, merecia a atenção pelo esmero técnico, que alias filmes de ação/aventura costumam possuir.

Outros injustiçados, ou melhor que novamente sofreram o pré conceito da Academia são os eternos esquecidos Brad Pitt e seu colega Leonardo Di Caprio. Entra ano e sai ano, ambos são sempre subestimados pela premiação que parece ter uma birra latente com ambos. Ao menos Leonardo DiCaprio poderá sentir um gostinho do premio caso Django Livre vença na categoria de Melhor Filme – o que é muito improvável-.

Alias Tarantino é outro. Mesmo que Quentin Tarantino possua uma legião de fãs muitas vezes fervorosos e Xiitas mundo a fora, nem isso foi capaz ainda de fazê-lo ser reconhecido pela Academia. Muitos esperavam sua indicação como melhor diretor por Django Livre – coisa que realmente não merece-. Mas Django Livre concorre a categoria mais importante da Noite, o de Melhor Filme, alem de Melhor ator coadjuvante para o ator Christoph Waltz- mais que merecido – e claro de melhor roteiro original – o que seria uma surpresa, mas valida-.

Mas Tarantino não esta sozinho nessa categoria de diretores esquecidos. Aqui diretores que este ano que se passou foram muito mais competentes em suas posições e que realmente mereciam ter uma vaga para ao menos serem reconhecidos por seus trabalhos são;
Wes Anderson  e o seu Moonrise Kingdom. Não é novidade que o estilo de Wes nunca agradara a Academia, mas tanto sua direção como seu filme belíssimo visualmente mereciam um mínimo de atenção. Foram ignorados.

Quem também não conseguiu ser reconhecido este ano foi Paul Thomas Anderson com o seu O Mestre. O filme foi largamente elogiado tal qual sua direção, mas para a Academia se tornou passável. Porem o que nem a premiação e nem ninguém pode negar é o talento de seu time de atores, que em 2013 soma indicações para Phillip Seymour-Hoffman, Joaquin Phoenix e Amy Adams respectivamente nas categorias de Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante. Não deve levar nenhuma das categorias, mas merecem estar ai com toda a certeza.

Mas a polemica dessa categoria- melhor Direção – não acaba ai. Ela vai além este ano. 
Os indicados a melhor diretor são Ang Lee por As Aventuras de Pi, Steven Spielberg por Lincoln, David O. Russell por O Lado Bom Da Vida, Benh Zeitlin por Indomável Sonhadora e Michael Haneke por Amour.
Tudo justo, tudo coerente e merecido. Mas é muito difícil ver tal categoria sem Bem Affleck e seu competente trabalho em Argo e mais ainda notar a ausência extremamente falha da Academia – talvez a maior delas em anos – de Kathryn Bigelow, com seu  polemico A Hora mais Escura. Bigelow não só merecia ser lembrada em tal indicação, como deveria levar a estatueta para casa pela segunda vez. O trabalho que ela faz de total domínio de seu filme é impressionante e plausível. Uma falha imperdoável.

Outro que ficou de fora foi Tom Hooper com o seu ousado e grandioso Os Miseráveis, que concorre a Melhor atriz coadjuvante para Anne Hathaway e deve levar tranquilamente.

Mas no caso desses todos, parece que a Academia ao menos resolveu não cometer o erro de não indica-los com seus filmes na categoria de Melhor Filme- no caso de Bigelow, também na categoria de Melhor Atriz  para a soberba atuação de Jessica Chastain. Alem de ter uma chance, considerável na categoria Melhor Roteiro Original. E no caso de Affleck em Roteiro Adaptado também.

E aqui a categoria com o filme esquecido mais criticado pelo publico principalmente, por terem ignorado completamente ele.

Os Intocáveis

Filme francês que obteve total sucesso de critica e publico tanto na frança quanto no mundo, que era dado como certo na premiação e inclusive favorito a vencer. Porem ele foi ignorado sem justificativas pela Academia. Muitos se questionam o porquê dessa falha ou decisão.

Aqui somente suposições podem reinar. E tal qual o caso do de Kathryn Bigelow, como melhor diretora, com a qual a ausência na indicação provavelmente se deve aos problemas políticos enfrentados pelo mesmo, devido ao seu filme causar uma polemica enorme com o governo americano que o acusa de fazer apologia à tortura de terroristas capturados; Os Intocáveis devem ter caído na lista de “birras” da Academia. Uma vez que ano passado um filme Francês abocanhou quase que completamente a premiação toda, O Artista, que alem de levar o premio de Melhor Direção e Melhor Ator, também levou o de Melhor Filme.

Parece que Os Intocáveis simplesmente não entrou na disputa devido a isso. Essa teoria se intensifica mais quando nos lembramos de outro filme francês ignorado pelo Oscar 2013. Holy Motors um dos filmes mais soberbos de 2012 foi esquecido completamente pela academia, de forma inaceitável quando recordamos o trabalho excepcional de seu protagonista Denis Lavant. Indica-lo para Melhor Filme Estrangeiro talvez fosse pedir demais para os bons costumes da Academia, mas ignorar a atuação de Lavant...

Mas a frança ainda pode fazer “o rapa” na premiação indiretamente. Uma vez que Amour, filme austríaco que concorre nas principais categorias do Oscar, possui Emmanuelle Riva concorrendo ao premio de Melhor Atriz com seu soberbo papel no longa. Um premio merecido e que pode sim levar- uma vez que essa é a categoria mais instável do ano, onde tudo pode acontecer-.

E vocês, lembram de mais algum grande filme que merecia ter sido lembrado pela Academia?

Lembrando que a 85° acontece no dia 24 de fevereiro.

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